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Foto de Olga Benário, militante entregue pelo Brasil aos nazistas, ganha cores



A especialista em coloração digital Marina Amaral editou uma imagem de Olga Benário Prestes, militante comunista alemã de origem judaica, executada pelos nazistas. Olga estava grávida quando foi presa no Brasil em 1936 e entregue pelo governo Getulio Vargas à Alemanha de Hitler. Ela foi morta em uma câmara de gás em 1942.
Foto via @marinamaral2



Olga Benário Prestes foi uma militante comunista alemã de origem judaica. Chegou ao Brasil em 1934, quando se casou com Luís Carlos Prestes.


Olga foi executada em 23 de abril de 1942, com 34 anos de idade, na câmara de gás do centro de eutanásia de Bernburg.


Olga foi transferida para o campo de concentração de Lichtenburg nos primeiros dias de março de 1938, e em 1939 seria transferida para o campo de concentração feminino de Ravensbrück.

Olga Benário no momento da sua prisão no Brasil, em 1936.


"Relatos de sobreviventes contam que, durante o seu tempo em Ravensbrück, Olga organizou atividades de solidariedade e resistência, com aulas de ginástica e história.

Sua resistência chegou a ser assunto de documentação interna da Gestapo." 


O STF aprovou o pedido de extradição apesar de terem conhecimento de que Olga estava grávida de sete meses.
Seu advogado argumentou que a extradição era ilegal, pois significaria colocar o filho de um brasileiro sob o poder de um governo estrangeiro.
Anita Leocádia, sua filha, nasceu em 1936 em uma prisão de mulheres chamada Barnimstrasse, localizada em Berlim.
Em novembro de 2019, ela lançou um livro que narra sua trajetória, de título "Viver É Tomar Partido".
Anita tornou-se historiadora e professora na UFRJ.

Em livro lançado em 2017 (Olga Benario Prestes: Uma Comunista nos Arquivos da Gestapo), Anita explora os arquivos da Gestapo ao tempo em que recupera as memórias da mãe.
As duas ficaram juntas até que Anita completasse 14 meses de idade, quando foi entregue para a avó.

Em Ravensbrück, Olga foi submetida a castigos físicos, confinamento em solitária e outras restrições severas devido à sua falta de cooperação durante os interrogatórios.


A câmara de gás em que Olga foi executada com mais 199 prisioneiras. Sua família só soube de sua morte em 1945.

Em sua carta de despedida, Olga escreveu: 

"Quero que me entendam bem: preparar-me para a morte não significa que me renda, mas sim saber fazer-lhe frente quando ela chegue.
(...)
Beijo-os pela última vez.
Olga Benário Prestes”.

Para uma descrição aprofundada da história, recomendo o livro "Olga", escrito por Fernando Morais.