A Segunda Guerra Mundial foi uma das guerras mais cruéis pela qual o mundo passou. Ela não foi um conflito só entre paÃses, envolvendo apenas as partes beligerantes na figura de seus soldados. A guerra estava em todos os âmbitos, nas cidades, dentro das casas e puxava a todos para o conflito, inclusive as crianças e os adolescentes.
Hans-Georg Henke pode ser considerado a imagem dessa face cruel da guerra que levou inúmeras crianças e adolescentes à frente de batalha. Em todas as fotos, tiradas quando Henke foi capturado pelos soldados soviéticos, é mostrada apenas uma criança assustada, sem rumo em meio ao caos e aos bombardeios vindos das tropas inimigas. Hans caÃra em lágrimas quando percebeu que seu mundo havia ruÃdo; tudo a sua volta estava desmoronando e seu paÃs não era mais o mesmo.
Quando entrou para a Luftwaffe, Georg tinha apenas 14 anos. Ele não se alistara, porque gostava da guerra, mas pelo fato de precisar sobreviver. Seu pai morrera em 1938 , sua mãe em 1944 e, posteriormente, ele se separara dos irmãos, ficando sozinho em um paÃs em guerra.
Henke entrou para o esquadrão anti-aéreo alemão para se sustentar e quando o conflito acabou, o menino de 15 anos teve que andar 60 milhas (cerca de 96 km), buscando alcançar as linhas americanas, pois tinha medo de ser capturado pelos soviéticos. Por fim, seu medo se concretizou em 3 de abril de 1945, quando foi capturado por uma tropa soviética.
No momento da captura, em meio aos bombardeios contra seus companheiros de batalha, diversas fotografias foram tiradas pelo fotógrafo John Florea, transformando o semblante de Henke conhecido como um dos sÃmbolos das dificuldades proporcionadas pela guerra. Após o fim do conflito e já capturado, os soviéticos alimentaram o menino e outros soldados que estavam com ele e depois mandaram que todos fossem para suas casas.
Hans-Georg voltou para sua cidade natal em Finsterwalde, reencontrou-se com os dois irmãos e iniciou uma nova vida. Morreu em 6 de outubro de 1997, após ter tido uma vida plena. Apesar dos anos que passaram e deixaram para trás a realidade cruel que vitimou crianças e adolescentes na gurra, as fotos do menino de 15 anos eternizaram para sempre o semblante de uma criança em meio à Segunda Guerra Mundial.
Imagem: John Florea