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Decisão do STF de soltar José Dirceu pode ajudar Jair Bolsonaro



Entenda porque a decisão do STF de hoje ajuda a narrativa de "outsiders" como Jair Bolsonaro:

1) A população praticamente não acredita mais nas instituições. A decisão de soltar José Dirceu, tecnicamente defensável ou não (essa não é a questão, estamos falando de percepções), passa uma mensagem incendiária para a opinião pública.

2) O eleitor acha que há um "sistema" ou uma "máfia" de pessoas acima das leis que valem pra as pessoas comuns como ele. Sua confiança no "estado democrático de direito" e no "império das leis" hoje é quase zero.

3) Todo candidato visto como "de fora do sistema" ou "outsider", especialmente aquele escorraçado pela imprensa (um sinal claro para o eleitor de que o candidato é alguém de fora da "máfia") terá uma grande vantagem na próxima eleição.





4) Se o candidato aliar esse discurso de "outsider" com o de alguém que representa a lei e a ordem, que não dá moleza para criminosos, que vai acabar com o caos, terá mais força ainda.

5) Se o candidato "outsider" e que representa a lei e a ordem também for ficha limpa e não tiver qualquer escândalo de corrupção, é uma candidatura quase imbatível.

É por isso que a decisão de hoje, ruim para o país, pode impulsionar a candidatura de Jair Bolsonaro. Ele preenche todos os requisitos acima. As críticas pontuais que seus adversários fazem, como uma alegada deficiência de conhecimento econômico do deputado, não são tão relevantes para o eleitor médio quanto os pontos positivos descritos acima.




Escrevi um texto que diz que pesquisas e previsões com tanta antecedência são puro chute e são mesmo. O que se trata aqui é de tendência e a percepção de falta de liderança e de rumo, a desesperança em relação à retomada do crescimentos econômico e a percepção de que há um conluio entre os líderes dos poderes da república para safar os poderosos da cadeia, são os ingredientes perfeitos para o crescimento ainda mais vigoroso da candidatura do deputado.

Tudo pode mudar amanhã? Claro que pode, mas esse é o cenário hoje. Vamos acompanhar.

Por Alexandre Borges