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Programa Gripen para o Brasil - transferĂȘncia de tecnologia



A histĂłria do Programa Gripen brasileiro começou em 2013, quando a Saab venceu a concorrĂȘncia do Programa F-X2, destinada Ă  substituição da frota de aeronaves de caça da Força AĂ©rea Brasileira (FAB). Em outubro de 2014, foi firmado o contrato com o governo brasileiro para o desenvolvimento e a produção de 36 aeronaves. Em 2024, o Ășltimo caça serĂĄ entregue Ă  FAB, mas as expectativas sĂŁo de que a parceria entre a Saab e o Brasil tenha uma vida longa, por meio de uma ampla transferĂȘncia de tecnologia que irĂĄ capacitar o Brasil a desenvolver, produzir e manter caças supersĂŽnicos.

A escolha da Saab foi anunciada pelo governo brasileiro em dezembro de 2013, apĂłs uma concorrĂȘncia da qual tambĂ©m participaram uma empresa americana e outra francesa. Os estudos da FAB concluĂ­ram que o Gripen garantia uma perspectiva de planejamento a longo prazo por meio da transferĂȘncia de tecnologia e pela possibilidade da construção dos aviĂ”es no Brasil, pois se tratava de uma aeronave em desenvolvimento.


AlĂ©m de cumprir os requisitos militares estabelecidos pela FAB, o caça apresentava o menor custo operacional dentro do seu ciclo de vida. "O Gripen foi negociado com o compromisso de transferĂȘncia de tecnologia necessĂĄria para a capacitação do parque industrial aeroespacial brasileiro. O carĂĄter de protĂłtipo do Gripen possibilita o envolvimento do Brasil no desenvolvimento do projeto, o que darĂĄ Ă  indĂșstria nacional e Ă  FAB um acesso sem precedentes a todos os nĂ­veis de tecnologia", explica o tenente-brigadeiro do ar Juniti Saito.
Desde entĂŁo, foi dado o inĂ­cio a uma histĂłria de parceria e desenvolvimento de tecnologia em conjunto, tanto em solo brasileiro quanto em solo sueco. O contrato de cooperação industrial associado (offset), que inclui a transferĂȘncia de tecnologia para as indĂșstrias brasileiras e o comprometimento em desenvolver e produzir, entre 2019 e 2024, os 36 novos caças Gripen para o PaĂ­s foi assinado, entre a Saab e o governo brasileiro, em 27 de outubro de 2014. A partir da efetivação desse contrato, em setembro de 2015, iniciaram-se as atividades de transferĂȘncia de tecnologia e desenvolvimento conjunto do Gripen E e F (monoposto e biposto) para atender aos requisitos
operacionais da FAB.


Em outubro de 2015, cerca de 50 profissionais brasileiros, entre engenheiros e técnicos, integraram a primeira equipe enviada para a Suécia com o intuito de absorver conhecimento, de acordo com as suas funçÔes dentro do programa. Eles foram os primeiros do grupo de mais de 350 brasileiros que participarão do programa de
transferĂȘncia de tecnologia atĂ© o tĂ©rmino da produção dos caças.

Essa transferĂȘncia de tecnologia jĂĄ estĂĄ contribuindo para mudanças positivas e avançadas na base industrial de defesa do Brasil. "A aquisição do Gripen trouxe benefĂ­cios que ultrapassam o aumento da capacidade operacional da FAB. AlĂ©m de equipar a FAB com uma das mais modernas aeronaves de caça do mundo, a participação no desenvolvimento do projeto proporcionarĂĄ um salto tecnolĂłgico sem precedentes Ă  indĂșstria brasileira", diz o Tenente-Brigadeiro do ar Nivaldo Luiz Rossato, comandante da FAB.



Em 2016 foi a vez do Centro de Projetos e Desenvolvimento do Gripen (GDDN – Gripen Design and Development Network) se tornar realidade. Instalado na planta da Embraer em GaviĂŁo Peixoto, interior de SĂŁo Paulo, o GDDN foi inaugurado para ser o nĂșcleo de desenvolvimento tecnolĂłgico do Gripen no Brasil. No fim de 2017, 110 engenheiros de desenvolvimento trabalhavam no GDDN, sendo aproximadamente 90 brasileiros e 20 suecos. Este nĂșmero pode chegar em torno de 280 engenheiros.

O próximo passo serå a instalação da fåbrica de aeroestruturas em São Bernardo do Campo, cidade do Grande ABC paulista. A Saab Aeronåutica Montagens (SAM) serå mais um estågio importante na evolução do programa do caça adquirido pela FAB e serå instalada na região a partir de 2018, com início das operaçÔes em 2020. Lå serão
produzidos grandes segmentos estruturais do Gripen, tais como o cone de cauda, freios aerodinùmicos, caixão das asas, fuselagem dianteira (tanto da versão monoposto quanto da versão biposto) e fuselagem traseira dos aviÔes, que posteriormente terão a sua montagem final na planta da Embraer em Gavião Peixoto. "O investimento na nova fåbrica é mais uma etapa na parceria de longo prazo entre a Saab e o Brasil", diz Mikael Franzén, head da unidade de negócios Gripen Brasil na Saab