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A Destruição em Maceió e risco de desabamento de mina usada pela Braskem para a exploração de sal-gema

 Em três dias, o solo afundou quase dois metros. Especialistas acreditam que o colapso possa abrir um buraco do tamanho do estádio do Maracanã e afetar região que abrange cinco bairros da capital alagoana.



Os bairros de Maceió, incluindo Pinheiro, Bom Parto, Mutange, Bebedouro e Farol, estão enfrentando um grave problema de afundamento do solo1. Mais de 14 mil imóveis foram condenados e cerca de 55 mil pessoas foram obrigadas a abandonar suas casas12. Este afundamento do solo foi provocado pela extração de sal-gema pela Braskem1.

A Braskem é acusada de causar o afundamento de quatro bairros em Maceió, mas, apesar disso, mantém selos de boas práticas ambientais3. A Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM) relacionou a mineração da Braskem com o afundamento do solo em parte de Maceió3. A intensidade da extração do minério ao longo do tempo teria criado minas maiores do que o recomendado por avaliações de risco realizadas por especialistas3.

Os moradores dos bairros afetados estão protestando e cobrando a aprovação de um Projeto de Lei que prevê a destinação de metade da verba indenizatória que a Prefeitura de Maceió deve receber da Braskem a proprietários dos imóveis desocupados nas áreas de risco4.

Este é um problema complexo e em evolução, com implicações significativas para os residentes locais e para o meio ambiente.




influenciador Alvaro, que é de Maceió, fez um vídeo mostrando os estragos que a empresa Braskem fez na capital de Alagoas: “A cidade está afundando”.

BRASKEM

A Braskem é uma empresa petroquímica global que foi criada em agosto de 2002 pela integração de seis empresas da Organização Odebrecht e do Grupo Mariani. A empresa é especializada na produção de resinas termoplásticas, como polietileno (PE), polipropileno (PP) e policloreto de vinila (PVC), além de insumos químicos básicos1. A Braskem é líder na produção de resinas termoplásticas nas Américas e a maior produtora de polipropileno nos Estados Unidos1. Além disso, a empresa é líder mundial em biopolímeros de PE a partir de matéria-prima renovável.

Em resposta à situação em Maceió, a Braskem tomou várias medidas. A empresa firmou um acordo com a Prefeitura de Maceió para ressarcir o município em R$ 1,7 bilhão em razão do afundamento do solo nos bairros atingidos pela exploração mineradora na capital2. Além disso, a Braskem iniciou um Programa de Compensação Financeira e Apoio à Realocação para os moradores em Maceió.

No que diz respeito à ação legal, a Justiça de Alagoas condenou a Braskem a indenizar o Estado pelos prejuízos financeiros causados pelo afundamento do solo em cinco bairros de Maceió4. O valor do pagamento da indenização será definido após uma perícia que deve ser paga pela mineradora4. Além disso, a Justiça determinou o bloqueio de R$ 1,08 bilhão das contas da Braskem para garantir o pagamento da indenização ao estado de Alagoas.


O afundamento do solo em Maceió começou em 2018 e desde então tem causado grandes transtornos para os moradores da cidade12. Aqui está um breve histórico dos eventos:

  • Fevereiro de 2018: As primeiras rachaduras surgiram no bairro do Pinheiro após fortes chuvas2.
  • 3 de março de 2018: Um tremor de terra foi sentido em diversos bairros, aumentando as rachaduras existentes12. Este evento mudou a geografia da cidade e a vida de cerca de 55 mil pessoas em cinco bairros1.
  • Após março de 2018: O fenômeno de afundamento do solo continuou, engolindo ruas, destruindo prédios, derrubando paredes de casas e causando tremores de terra3. Bairros inteiros foram comprometidos e milhares de vidas foram colocadas em risco4.
  • Até o presente: Mais de 17 mil pessoas tiveram que deixar suas casas3 e cerca de 55 mil pessoas foram removidas de suas casas emergencialmente4. Além disso, mais de 14 mil imóveis foram condenados1.
  • A mineração em Maceió começou na década de 1970, com a Salgema Indústrias Químicas S/A, que depois passou a se chamar Braskem. A extração de sal-gema, minério utilizado na fabricação de soda cáustica e PVC, tinha autorização do poder público.
  • Em fevereiro de 2018, surgiram as primeiras rachaduras no bairro do Pinheiro, uma delas com 280 metros de extensão. No mês seguinte, um tremor de magnitude 2,5 foi registrado, o que agravou as rachaduras e crateras no solo, provocando danos irreversíveis nos imóveis.
  • Somente um ano depois o Serviço Geológico do Brasil (CPRM), órgão ligado ao governo federal, confirmou que a mineração provocou a instabilidade no solo.
  • Em junho de 2019 foram emitidas as primeiras ordens de evacuação para moradores do Pinheiro, Mutange e Bebedouro. Com o problema se agravando, a ordem também foi ampliada para parte do Bom Parto e do Farol.
  • Desde então, mais de 14 mil imóveis precisaram ser desocupados na região, afetando cerca de 60 mil pessoas e transformando áreas antes habitadas em bairros fantasmas.
  • Depois que a mineração foi apontada como a principal causa da instabilidade do solo, um intenso trabalho foi iniciado pela Braskem para fechamento e estabilização de 35 minas na região do Mutange e de Bebedouro, com profundidade média de 886 metros.
  • Contudo, após 5 tremores de terra somente no mês de novembro, a Defesa Civil de Maceió alertou para o "risco de colapso em uma das minas" próximo da lagoa Mundaú, a de número 18, o que poderia provocar o surgimento de uma imensa cratera.
  • O professor da UFAL Abel Galindo, engenheiro civil com mestrado em geotecnia pela UFPB, avalia que há uma grande probabilidade de o desabamento da mina 18 afetar também duas minas vizinhas, formando uma cratera em que caberia o estádio do Maracanã.
  • Com o desabamento, a água da lagoa, terra e detritos seriam escoados para dentro da cratera, provocando a formação de um lago com profundidade de 8 a 10 metros. Segundo a Defesa Civil, esse fenômeno tornaria a água da lagoa salgada e toda a área de mangue na região seria impactada "de forma bastante trágica".
  • O Serviço Geológico do Brasil enviou uma nova equipe a Maceió para avaliar o problema, que é monitorado também pela Defesa Civil Nacional.
  • A Justiça Federal determinou a retirada de pouco mais de 20 famílias que ainda vivem nas áreas de risco nos bairros do Bom Parto. Embora não haja ordem para evacuação no Pinheiro, um hospital no bairro transferiu todos os seus pacientes para outras unidades de saúde.

Os bairros afetados incluem Pinheiro, Bom Parto, Mutange, Bebedouro e parte do Farol2. A área afetada não deve voltar a ser habitada no futuro2. Este é um problema contínuo e a situação ainda está se desenvolvendo. A Braskem, a empresa responsável pela mineração que causou a tragédia, diz que está adotando medidas com foco na segurança das pessoas e na busca de soluções1.


INFOGRAFICO 



Postagem sobre a situação em Maceió

Aqui está uma imagem que ilustra a gravidade da situação em Maceió:

Situação em Maceió

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