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Esquadrões da morte na Venezuela mataram 7.000 em 18 meses - ONU

O presidente da Venezuela, Nicolas Maduro, participa de uma cerimônia em uma bae militar em Caracas Venezuela, em 2 de maio de 2019. Palacio de Miraflores

A ONU divulgou um relatório alegando que o estado de direito na Venezuela foi "erodido" depois descobriu que quase 7.000 pessoas foram mortas nos ultimos 18 meses por forças do Estado.



O relatório afirma que em 2018, o governo venezuelano registrou 5.287 assassinatos que eles classificaram como resultantes devido à 'resistência à autoridade' ser mostrada pelos mortos.
Foram relatados mais 1.569 assassinatos dessa natureza desde o início deste ano até o dia 19 de maio.
FAES - Esquadrões da morte na Venezuela
Segundo pesquisa do Escritório do Alto Comissariado para os Direitos Humanos (OHCHR), essas mortes, que são nomeadas no relatório como 'execuções extrajudiciais' foram realizadas pelo FAES, um grupo originalmente usado para combater o narcotráfico e organizações criminosas.
O povo venezuelano entrevistado pelo OHCHR se refere ao FAES como "esquadrões da morte" e os parentes de 20 jovens mortos pelo FAES, todos descreveram uma maneira semelhante em que operam.
O FAES aparecia em picapes pretas sem placa ou identificação pessoal, enquanto usava todo o preto e balaclavas no rosto, carregando armas, invadindo casas, roubando pertences, agredindo sexualmente garotas e plantando evidências incriminatórias como drogas, para justificar suas assassinatos.
Os agentes da FAES também disparavam suas armas no ar ou contra uma parede para dar a impressão de que o confronto havia ocorrido, para mostrar que a vítima havia 'resistido à autoridade' antes de matá-los.
O relatório afirma que os assassinatos foram usados ​​para instilar medo e esmagar a oposição política.
Michelle Bachelet, Alta Comissária da ONU, que apresentou o relatório, disse: “Instituições essenciais do Estado de Direito na Venezuela foram corroídas.
"Assassinatos extrajudiciais devem ser totalmente investigados, com responsabilização dos autores e garantias de não recorrência."
Agitação política e econômica
O relatório da ONU chega em um momento em que a Venezuela tem uma economia em queda livre e um clima político inédito.
O presidente da Venezuela, Nicolas Maduro, teve sua liderança contestada pelo líder da assembléia nacional do país, Juan Guaido, que vê o mandato de Maduro como presidente como ilegítimo, após uma eleição fracassada no ano passado que muitos partidos da oposição boicotaram.
A incerteza política, juntamente com a terrível situação econômica do país, deixou muitas pessoas lutando para sobreviver, como relatado hoje pela ONU.
Segundo o relatório, a infraestrutura de saúde está em declínio, a disponibilidade de alimentos de 'qualidade suficiente' é escassa, a hiperinflação prejudicou fortemente a produção de alimentos e as doenças geralmente prevenidas por vacinas como o sarampo retornaram.
Autoridades venezuelanas criticaram o relatório, com vice-ministro das Relações Exteriores