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Sniper atira em sequestrador de ônibus na Ponte Rio-Niterói durante sequestro com 37 reféns

Sequestrador de ônibus na Ponte Rio-Niterói é morto; foram três horas e meia de cerco




Ainda não se sabe qual foi a motivação do criminoso, que ameaçava colocar fogo no veículo. Ele fez 37 reféns.

Durou três horas e meia o sequestro de um ônibus na Ponte Rio-Niterói. Às 9h02, o criminoso foi baleado por um atirador de elite ao descer do coletivo.

Às 9h18, a PM afirmou que o sequestrador estava morto e que todos os reféns passam bem. A arma que ele portava era de brinquedo.

O bandido fizera 36 passageiros e o motorista reféns às 5h25. Meia hora depois, ele ordenou ao condutor para atravessar o veículo na pista sentido Rio. Seis pessoas foram libertadas ao longo das negociações.

O trânsito para o Rio está fechado desde as 6h. Às 7h20, também foi interditada a pista oposta.

Não se sabe a motivação do sequestrador, mas a PM considera que a ação foi premeditada. Ele afirmou ter um revólver, uma pistola de choque e o combustível.

Resumo


  • O sequestro foi anunciado às 5h26; pouco antes das 6h, o ônibus foi atravessado na pista sentido Rio da Ponte;

  • O criminoso ameaçava incendiar o veículo;

  • Seis pessoas foram liberadas, quatro mulheres - uma delas desmaiada - e dois homens;

  • Às 9h04, o atirador desceu do ônibus e foi morto por um atirador de elite.



"Temos um homem que se identificou como policial militar. Ele está ameaçando jogar gasolina no ônibus, colocando os passageiros em perigo. Estamos em negociação com ele para liberar mais reféns, não sabemos qual o real propósito dele", explicou Sheila Sena, porta-voz da PRF.

Sequestrador parecia desorientado


“Nossa principal missão é tirar os reféns de dentro do veículo e retomar as nossas vidas", destacou o porta-voz da PM, coronel Mauro Fliess.

Fliess afirmou também que a PM analisa a hipótese de o sequestro do veículo ter sido premeditado. Segundo informações dos policiais militares que estão no local, o homem parecia desorientado.

O criminoso se identificou como PM, mas a informação ainda não foi confirmada.

Esta linha sai do Jardim Alcântara, em São Gonçalo, na Região Metropolitana, e vai até o Estácio, na região central do Rio. Ela é a única linha que cobre os bairros do Rocha, Columbandê, Lindo Parque e Galo Branco em direção ao Rio.


Vídeo do momento





Mulher de refém relata drama

A esposa de um dos reféns contou ao vivo no Bom Dia Rio que o marido lhe avisou do sequestro.


“Sempre roubam carteira e celular, mas esse tipo de coisa nunca aconteceu”, destacou Eliziane Terra.

“Ele saiu para trabalhar 4h30. Quando foi por volta de 5h26 ele me mandou uma mensagem dizendo que o ônibus estava sendo sequestrado, ‘estamos indo para a ponte’. A princípio eu pensei que era um assalto. Eu levantei, acordei o meu filho e disse: ‘seu pai está sendo assaltado’”, revelou.


Cariocas preparavam café da manhã na ponte durante sequestro





Linha do tempo


  • Às 6h19, a primeira refém foi liberada.

  • Às 6h31, um homem com uma máscara jogou algo pegando fogo para fora.

  • Às 6h38, a segunda passageira foi liberada do veículo. Mais cedo, outra mulher havia saído do veículo.

  • Às 6h53, negociadores do Batalhão de Operações Especiais (Bope) chegaram ao local para ajudar no diálogo com o sequestrador do ônibus, segundo informações de Mauro Fliess, porta-voz da Polícia Militar.

  • Às 7h04, um homem saiu de dentro do veículo e chegou a ser revistado.

  • Às 7h20, a terceira mulher foi solta.

  • Às 7h45, o sequestrador desceu do ônibus, disse algo aos negociadores e voltou ao coletivo.

  • Às 7h50, o Batalhão de Operações Especiais assumiu as negociações.

  • Às 7h58, um segundo homem foi libertado.

  • Às 8h06, o sequestrador jogou uma caixa para fora do ônibus.

  • Às 8h20, a quarta mulher foi liberada. Ela estava desmaiada.

  • Às 8h30, uma reversível foi montada para quem estava preso na Ponte pudesse retornar.

  • Às 8h42, o governador Wilson Witzel escreveu nas redes sociais: "Estou em contato direto com o comando da Polícia Militar, que trabalha para encerrar o caso da melhor maneira possível. A prioridade absoluta é a proteção dos reféns."

  • Às 9h04, um atirador de precisão neutralizou o criminoso.


Aumento no número de roubos

O número de assaltos a ônibus cresceu 21,6% no Estado do Rio de Janeiro. Do início ano a abril, houve mais de 5,8 mil casos. Em média, o resultado significa um assalto a cada 30 minutos.

No Município do Rio, foram mais de 3,8 mil roubos em ônibus no período, um aumento de 40% em comparação aos quatro primeiros meses de 2018.

No Centro da cidade, na área coberta pela delegacia da Rua Mem de Sá, o número subiu de 32, de janeiro a abril do ano passado, para 161, no mesmo período deste ano, o que representa um aumento de 400% nas ocorrências.

Na área da Praça Mauá, o aumento foi de mais de 300% no mesmo período. E na região da Penha, na Zona Norte do Rio, de 250%.

A tragédia do ônibus 174

O assalto com reféns na Ponte faz relembrar o caso do ônibus 174.

Na tarde de 12 de junho de 2000, um assaltante e uma refém acabaram baleados e mortos, em caso exibido ao vivo na televisão, com grande repercussão no Brasil e no mundo.

Às 14h daquela segunda-feira, Sandro Barbosa do Nascimento tentou assaltar um ônibus da hoje extinta linha 174 no Jardim Botânico, na Zona Sul do Rio. Por mais de cinco horas, manteve os passageiros reféns.

Já era noite quando o assaltante, que dava sinais de muito nervosismo e violência, aceitou se render. Sandro saltou do ônibus com uma arma apontada para Geísa Firmo Gonçalves. Homens do Bope, à espreita, tentaram

Na saída, a ação de policiais militares do Batalhão de Operações Especiais (Bope) terminou com a refém baleada e morta. O criminoso chegou a ser colocado no camburão, onde foi asfixiado por PMs e também morreu.